Sou de naturalidade moçambicana tendo nascido no norte de Moçambique, na terra do “caranguejo do matope”quem por lá nasceu costuma dizer que “bebemos água do Zambeze”. No entanto, ainda vivi e estudei alguns anos na cidade da Beira, outrora uma cidade cosmopolita, uma cidade que dizia o meu avô paterno ser a mais linda de Moçambique, cidade esta que ele amava de alma e coração.

Mas esta cidade foi-se degradando, deixada a si própria com a guerra, conflitos internos, chuvas tropicais, secas, mas foi sobrevivendo no tempo e as suas gentes foram-se adaptando às dificuldades e às carências existentes, muitos vivendo de uma forma precária, gente muito humilde, de sorriso fácil, habituada ao sofrimento e à instabilidade.

Hoje, Beira é uma cidade irreconhecível, inabitável, submersa pelo ciclone tropical Idai, com uma população, maioritariamente crianças, a gritar desesperadamente por ajuda, principalmente por água potável e comida. Uma catástrofe humanitária sem tamanho.

As notícias e as imagens vão nos dando conta do desespero existente e eu vou vendo tudo isto com um nó na garganta, um aperto muito grande no coração, uma vontade enorme de lá ir prestar a minha ajuda a esta população já muito sofrida pelo tempo. Uma população que tão pouco tinha e tudo perdeu.

Mas é-nos possível ajudar, mesmo à distância, temo-nos desdobrado em levar o que é mais necessário, cada um contribuindo com o que pode, aderindo à solidariedade para com esta população em desespero e a precisar mesmo da nossa ajuda.

Por isso, caros leitores, caso possam e pretendam contribuir, não deixem de o fazer aderindo a esta campanha de solidariedade para com a população da Beira, uma cidade que me diz muito.

Por pouco que seja, toda a ajuda é preciosa. Aqui encontram uma lista das diferentes formas de ajudar.

Bem hajam!

Photography by Mrosario Sousa Prazeres